O CEMITÉRIO




O Cemitério da Consolação

                                                               Escultura de Amadeu Zani

É a mais antiga necrópole em funcionamento na cidade de São Paulo e uma das principais referências brasileiras no campo da arte tumular. Localiza-se no distrito da Consolação, na região central da capital paulista. Primeiro cemitério público da cidade, foi inaugurado em 1858 com o nome de Cemitério Municipal, com o objetivo de garantir a salubridade e evitar epidemias, substituindo o hábito então recorrente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas. Atualmente, é um dos 22 cemitérios públicos administrados pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo.

                                                        Fundos da quadra 82 01

Com a prosperidade advinda da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar obras de arte produzidas por escultores de renome, para ornamentar os jazigos de personalidades importantes na história do Brasil, como Campos Sales, Washington Luís, marquesa de Santos e Monteiro Lobato. Entre os artistas que produziram obras para o cemitério encontram-se Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Bruno Giorgi e Celso Antônio de Menezes. Mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”.
História


                                                                           Rua 22


Antes da sua construção os sepultamentos eram realizados nas igrejas e em seus arredores, o que trazia problemas de saúde pública. Com a aparição de idéias de sanitarismo e higiene, os governos das cidades criaram os primeiros cemitérios públicos.
Em São Paulo, por força do Ato Institucional do Imperador, foi-se consolidando a idéia da construção de um cemitério público de uso geral pela população. Assim, Carlos Rath incumbiu-se da missão de arquitetar o novo cemitério. Foram anos de discussão na Câmara Municipal antes de sua efetiva inauguração.


Em seus primeiros anos, o cemitério da Consolação era o lugar de sepultamento de pessoas de todas as classes sociais, incluídos os escravos, que foram transferidos do cemitério dos Aflitos.
Já a partir do século XX, o cemitério passa a receber quase que exclusivamente pessoas da alta classe média e da burguesia - notadamente os nouveaux riches - devido ao loteamento dos terrenos em jazigos perpétuos vendidos pela prefeitura. À época, um túmulo suntuoso era visto como sinal inequívoco de status social. Havia verdadeira competição entre as famílias abastadas, que construíam jazigos cada vez mais sofisticados, em materiais nobres como mármore e bronze. A ornamentação ficava a cargo de artistas de primeira grandeza, que tinham na arte tumular uma atividade com demanda estável e altamente lucrativa.

Desde então, o cemitério abriga túmulos de personalidades e famílias ilustres da sociedade brasileira e paulista, sendo também referência em arte tumular no Brasil, com importantes obras de arte de escultores como Victor Brecheret, Celso Antônio Silveira de Menezes, Nicola Rollo, Luigi Brizzolara e Galileo Emendabili.

Personalidades sepultadas


                                                              Conde Francisco Matarazzo(quadra 82)

No Cemitério da Consolação encontram-se os restos mortais de muitas personalidades importantes da História do Brasil.
Lá se encontra a tríade Modernista: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Mário de Andrade,o escritor modernista Antonio de Alcantara Machado, sepultado ao lado do pai o jurista José de Alcantara Machado e do avô Brasílio Machado, nomes da politica brasileira como os presidentes Campos Sales
                                                               Campo Sales (Quadra 82)

e Washington Luís e os governadores Ademar de Barros, Bernardino José de Campos Júnior e Roberto Costa de Abreu Sodré, o prefeito Fábio da Silva Prado, personalidades como a Marquesa de Santos, o Barão de Antonina (João da Silva Machado) e sua filha Maria Antonia da Silva Ramos, em capela em mármore carrara século XIX, com brasão de armas em bronze, tombada pelo CONDEPHAAT, o Barão de Anhumas (Manuel Carlos Aranha), a antropóloga e ex-primeira-dama Ruth Cardoso, o escritor Monteiro Lobato, o arquiteto Ramos de Azevedo, empresários como Cândido Fontoura, Oscar Americano, Roberto Simonsen e Rodolfo Crespi, o fazendeiro Geremia Lunardelli, as aristocratas paulistas e mecenas das artes Olívia Guedes Penteado e a sua sobrinha Yolanda Penteado, o poeta e fundador da Academia Paulista de Letras Venceslau de Queirós, os atores Armando Bógus e Rubens de Falco, o acordeonista Mario Zan, o abolicionista Luiz Gama e santos populares como Antoninho da Rocha Marmo.
Um dos destaques do cemitério é o colossal mausoléu da família Matarazzo, o maior da América Latina, que do subsolo ao pico possui 25 metros de altura. Tem o tamanho aproximado de um prédio de 3 andares, ocupando uma área de 150 metros quadrados. É ornamentado por um impressionante conjunto escultório em bronze italiano, obra de Brizzolara. Segundo jornalistas á época de sua construção, teria custado praticamente o mesmo que o Hospital Umberto I.